Esta ambição reflete o desejo de preservar e projetar internacionalmente um dos eventos equestres mais emblemáticos de Portugal. A candidatura representa o culminar de um esforço coletivo para o reconhecimento oficial de um evento cuja história remonta a 1571, instituído por D. Sebastião.

A Feira da Golegã transcende a dimensão de uma mera competição equestre; é descrita como uma verdadeira “romaria” que celebra a cultura portuguesa em múltiplas facetas, incluindo os trajes tradicionais, o convívio, o fado e a gastronomia. Com uma afluência de cerca de um milhão de visitantes e a presença de aproximadamente três mil cavalos, o evento tem um impacto económico e social profundo na região. O processo de candidatura, que reúne cerca de duas mil páginas de documentação histórica, testemunhos e registos fotográficos desde o século XIX, evidencia a riqueza e a solidez do património que se pretende salvaguardar. A ambição de chegar à UNESCO não visa apenas proteger uma tradição, mas também potenciar a sua projeção internacional, valorizando o cavalo lusitano, considerado o cavalo de sela mais antigo do mundo e um “embaixador” de Portugal. Segundo José de Castro Canelas, diretor da feira, a candidatura é uma das “mais completas e com maior mérito”, o que alimenta a esperança de sucesso.

Este reconhecimento formal seria um tributo à identidade da Golegã e um impulso para o turismo e a economia ligados ao setor equestre.