A decisão, anunciada em Nova Deli, na Índia, foi recebida com grande orgulho pelas autoridades locais.
O presidente da Câmara de Aveiro, Luís Souto, considerou-a "um momento histórico para a região de Aveiro e para Portugal", descrevendo o moliceiro como "uma expressão singular da nossa identidade, fruto do talento e dedicação de gerações de Mestres construtores". De forma semelhante, Jorge Almeida, presidente do Conselho Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), entidade que promoveu a candidatura, sublinhou que a inscrição "reforça o compromisso de toda a região em garantir que este saber-fazer continua vivo e relevante para as gerações futuras".
A embarcação, com cerca de 15 metros de comprimento e fundo plano, é única pelas suas pinturas coloridas na proa e na ré. No entanto, a sua existência está ameaçada: das três mil embarcações que operavam na ria na década de 1970, restam hoje apenas cerca de 50. O presidente da Câmara da Murtosa, Januário Cunha, presente na cerimónia, destacou a responsabilidade que advém do reconhecimento, mencionando a necessidade de um plano de salvaguarda que inclua "ações de formação na área da carpintaria naval" para atrair jovens para a arte. Ironicamente, no mesmo dia da consagração, o mau tempo na Costa Nova provocou o naufrágio de um moliceiro, sublinhando a fragilidade deste património.









