A decisão, que era amplamente esperada pelos mercados e foi tomada por unanimidade, mantém a taxa de depósito em 2,00%, o nível mais baixo desde o início de 2023. Na conferência de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, foi clara ao afirmar que a instituição encerrou o ciclo desinflacionário e que se encontra agora numa posição de "esperar para ver". "Pode dizer-se que estamos em pausa", admitiu Lagarde, sublinhando que o BCE não se irá "pré-comprometer com uma determinada trajetória para as taxas". A principal justificação para a cautela reside na incerteza gerada pelas tensões comerciais, nomeadamente as tarifas norte-americanas, e na recente valorização do euro, fatores que, segundo Lagarde, "podem tornar o investimento das empresas mais difícil". A presidente do BCE pediu uma solução rápida para estas incertezas, afirmando que tal "seria bem recebido por qualquer agente económico". Na sequência desta postura mais prudente, bancos de investimento como o Goldman Sachs e o BNP Paribas reviram as suas previsões, não esperando agora mais cortes de juros em 2025. Os mercados europeus reagiram de forma mista, com os investidores a digerirem o fim do alívio monetário agressivo e a focarem-se nos riscos geopolíticos que se avizinham.
