A decisão reflete a incerteza sobre o impacto das novas tarifas aduaneiras na economia dos EUA e um mercado de trabalho que permanece sólido, embora tenha revelado uma divisão interna histórica. A decisão do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) não foi unânime, com dois dos seus membros a votarem a favor de uma redução, um nível de dissensão inédito em mais de 30 anos.
O presidente da Fed, Jerome Powell, justificou a manutenção das taxas com a necessidade de avaliar o impacto das tarifas, afirmando que "ainda existem muitas, muitas incertezas a esclarecer".
Powell defendeu a independência da instituição, declarando que esta permite "tomar estas decisões desafiantes focadas nos dados, nas perspetivas e no balanço dos riscos, e não em fatores políticos".
A reação de Donald Trump foi imediata e contundente.
Numa publicação na sua rede social, o presidente dos EUA atacou Powell, afirmando que este "chega tarde demais e, na verdade, está demasiado irritado e é demasiado estúpido e político para estar à frente da Fed".
Trump considera que a recusa em baixar os juros está a custar "triliões de dólares" ao país.
A postura cautelosa da Fed arrefeceu as expectativas do mercado para um corte das taxas em setembro, com os analistas a aguardarem agora mais dados sobre a inflação e o emprego antes da próxima reunião.