Embora o acordo traga alguma previsibilidade e estabilidade, como sublinhou o primeiro-ministro Luís Montenegro, gera preocupação em setores-chave como o vitivinícola e o farmacêutico, com a sua entrada em vigor prevista para 1 de agosto. O acordo, alcançado após intensas negociações, prevê isenções para setores estratégicos como semicondutores e componentes aeroespaciais, mas a situação para produtos como o vinho e as bebidas espirituosas permanece incerta, com as negociações a prosseguirem.
A indústria vitivinícola portuguesa, que tem nos EUA o seu segundo maior mercado de exportação, com vendas de 102,1 milhões de euros em 2024, teme um impacto significativo na sua competitividade. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) também alertou que as tarifas são "um instrumento ineficaz" que perturbará as cadeias de abastecimento e prejudicará o acesso dos doentes a medicamentos. O acordo inclui ainda o compromisso da UE em comprar energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares e aumentar as aquisições de material militar. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que o acordo "é bom para os dois" lados, reforçando a colaboração entre a América e a Europa.
No entanto, a Comissão Europeia ainda aguarda a finalização do texto oficial e a implementação por parte dos EUA, mantendo em suspenso as suas próprias tarifas de retaliação.