Wall Street encerra em forte baixa com dados do emprego e tarifas de Trump

Os principais índices, como o Dow Jones, Nasdaq e S&P500, registaram perdas significativas, refletindo a aversão ao risco por parte dos investidores. A sessão de ontem foi marcada por uma correção rápida nos mercados norte-americanos, com o índice seletivo Dow Jones Industrial Average a perder 1,23%, o tecnológico Nasdaq a cair 2,24% e o alargado S&P500 a recuar 1,60%.

O principal catalisador para esta queda foi a degradação do mercado de trabalho em julho, que registou um aumento da taxa de desemprego de 4,1% para 4,2% e a criação de apenas 73 mil postos de trabalho. A situação foi agravada por uma forte revisão em baixa dos dados de maio e junho, que atingiram níveis não vistos desde a pandemia.

A reação da administração Trump foi imediata e controversa, com o Presidente a ordenar a demissão de Erika McEntarfer, diretora do Gabinete de Estatísticas Laborais. Trump acusou-a, sem apresentar provas, de manipulação política dos números, afirmando na sua rede social: "Na minha opinião, os números do emprego de hoje foram MANIPULADOS para dar uma má imagem dos Republicanos e de MIM PRÓPRIO". Esta ação política, juntamente com a assinatura do decreto que aplica taxas alfandegárias agravadas a partir de 7 de agosto, intensificou a preocupação dos investidores. Segundo Patrick O'Hare, da Briefing.com, os investidores acreditam agora que a Reserva Federal (Fed) deverá baixar a sua taxa de juro de referência na próxima reunião em setembro para suster o enfraquecimento da economia. Este conjunto de notícias ofuscou os resultados trimestrais positivos de gigantes como a Apple, que recuou 2,50%, e a Amazon, que tombou 8,27% devido a previsões dececionantes.