A margem financeira do banco sofreu uma quebra de quase 20%, refletindo o novo ciclo da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
O banco anunciou que a sua margem financeira, que representa a diferença entre os juros cobrados no crédito e os pagos nos depósitos, recuou 19,3% em termos homólogos, para 695,7 milhões de euros.
Em conferência de imprensa, o presidente executivo, Pedro Castro e Almeida, atribuiu diretamente esta quebra "à redução das taxas de juro, sobretudo nos créditos".
Apesar da pressão sobre a rentabilidade, o banco registou um forte dinamismo na atividade comercial.
A carteira de crédito total a clientes cresceu 10% para 51,7 mil milhões de euros, impulsionada pelo crédito à habitação, que avançou 6,5%. A medida de garantia pública para jovens foi um fator importante, com o banco a receber mais de 9.100 pedidos, correspondentes a 1.700 milhões de euros, e a já ter utilizado cerca de 30% da sua quota de garantia. Ao comentar a venda do Novobanco, Castro e Almeida considerou que o múltiplo de 1,6 vezes o valor contabilístico "não é muito normal na Europa", mas classificou o negócio como uma "excelente notícia" que demonstra a atratividade de Portugal para investidores europeus, embora acrescente um "desafio adicional" de concorrência.