Pela primeira vez desde 1993, a decisão não foi unânime, e a demissão inesperada de uma governadora abriu a porta a uma maior influência política do Presidente Donald Trump sobre o banco central. Dois governadores nomeados por Trump, Christopher Waller e Michelle Bowman, votaram contra a manutenção das taxas, manifestando uma dissidência que não se via há mais de 30 anos.
O presidente da Fed, Jerome Powell, elogiou o debate interno, mas reafirmou que, na sua opinião, "a economia não está a ser contida de forma desapropriada pela política monetária".
Esta posição contraria a pressão contínua de Trump, que tem defendido publicamente cortes agressivos nas taxas.
A situação adensou-se com a demissão da governadora Adriana Kugler, que deveria cumprir o seu mandato até 2026.
A sua saída, efetiva a 8 de agosto, foi recebida com satisfação por Trump, que declarou estar "muito feliz" por poder nomear um substituto.
Esta nomeação, sujeita a confirmação do Senado, dá ao presidente a oportunidade de influenciar diretamente o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), que decide a política monetária.
O mercado, que antes antecipava cortes nos juros, está agora mais incerto, com as probabilidades de uma descida em setembro a serem reavaliadas.