A decisão da China, válida por cinco anos, surge num momento crítico para o setor cafeeiro do Brasil.
Os EUA são o maior consumidor mundial de café e importaram 3,3 milhões de sacas do Brasil no primeiro semestre de 2025, representando quase 23% do total exportado pelo país.
Com a nova tarifa norte-americana a entrar em vigor esta semana, os produtores brasileiros mostraram-se alarmados e preparados para procurar mercados alternativos.
A China, embora seja um mercado consideravelmente menor, com 530 mil sacas importadas no mesmo período, tem demonstrado um potencial de crescimento exponencial.
O consumo de café no país asiático tem vindo a aumentar rapidamente, impulsionado pelos jovens profissionais urbanos. Este crescimento é evidenciado por acordos recentes, como o assinado entre a ApexBrasil e a Luckin Coffee, a maior cadeia de cafetarias da China, para o fornecimento de 240 mil toneladas de café brasileiro até 2029, um contrato avaliado em 2,5 mil milhões de dólares. O Brasil, responsável por 44% da produção mundial de café arábica, é um fornecedor difícil de substituir a curto prazo, o que confere a esta realocação de fluxos comerciais uma importância estratégica global.