O anúncio, realizado na Casa Branca na quarta-feira, marca uma escalada na política comercial protecionista da administração Trump, visando diretamente a indústria de tecnologia de ponta.
A nova tarifa sobre semicondutores, componentes essenciais para uma vasta gama de produtos, desde smartphones a equipamentos médicos, tem como objetivo forçar o regresso da produção para os Estados Unidos.
Donald Trump foi claro ao afirmar que “se [os fabricantes] estiverem a produzir nos Estados Unidos, não há qualquer cobrança”.
A medida representa uma rutura com a abordagem do seu antecessor, que privilegiava incentivos financeiros em vez de sanções.
Em resposta, e numa manobra estratégica para evitar as novas taxas, o CEO da Apple, Tim Cook, anunciou um investimento adicional de 100 mil milhões de dólares, elevando o compromisso total da empresa para 600 mil milhões nos próximos quatro anos. Este investimento inclui o novo "American Manufacturing Program (AMP)", que visa reforçar a cadeia de fornecimento doméstica através de parcerias com empresas como a Corning, que passará a fabricar o vidro para todos os iPhones e Apple Watches no Kentucky.
A reação dos mercados foi imediata, com as ações da Apple a valorizarem 5,09% na sessão de quarta-feira em Wall Street. A gigante taiwanesa TSMC também indicou que, devido aos seus investimentos em fábricas no Arizona, deverá ficar isenta da nova tarifa, um desenvolvimento que impulsionou as suas ações na bolsa de Taipé.