A operação foi desencadeada pela celebração de um acordo parassocial tripartido com a Mota-Engil e a I'M, a holding dos irmãos Martins, que consolidou um controlo conjunto de 87,4% dos direitos de voto na empresa. A notícia, comunicada na madrugada de quarta-feira, apanhou o mercado de surpresa e provocou uma forte reação negativa.
As ações da Martifer, que estiveram suspensas durante a maior parte do dia, fecharam a sessão a afundar 15,33% para 2,32 euros.
A contrapartida oferecida na OPA é de 2,057 euros por ação, um valor que, segundo analistas, é “anormal”, pois situa-se abaixo da cotação de mercado e não inclui qualquer prémio de controlo para os acionistas minoritários. A oferta visa retirar a empresa de bolsa, deixando os investidores que não venderem numa posição delicada, correndo o risco de ficarem “presos a uma sociedade com o controlo ‘esmagador’ dos acionistas”, como alertou um analista.
A nova estrutura acionista, caso a OPA seja bem-sucedida, deixará a Visabeira e a Mota-Engil com 37,5% do capital cada, enquanto os fundadores, os irmãos Carlos e Jorge Martins, reduzirão a sua participação para 25%, num processo que marca a sua saída gradual da empresa que fundaram. A inclusão da Mota-Engil no acordo foi o fator que tornou a OPA obrigatória, uma vez que há pouco mais de um mês o regulador tinha afastado essa necessidade quando o acordo envolvia apenas a Visabeira e a I'M.