A notícia evidencia os efeitos concretos da guerra comercial no setor automóvel global.
A construtora japonesa, a segunda maior do país, apresentou na quarta-feira os seus resultados financeiros, que revelaram um lucro líquido de 196,67 mil milhões de ienes (1,15 mil milhões de euros), uma redução para metade face ao período homólogo.
O lucro operacional caiu 49,6%.
A empresa explicou no seu comunicado que os resultados foram pressionados “pelo impacto das tarifas e os efeitos negativos da conversão de moeda estrangeira”.
Apesar de as vendas de automóveis terem caído globalmente 3,5%, o mercado da América do Norte registou um forte desempenho.
No entanto, os lucros nesta região foram severamente afetados pela tarifa de 27,5% que os EUA aplicaram às importações de veículos japoneses desde abril.
A situação da Honda espelha as dificuldades sentidas por outras grandes construtoras, tanto japonesas como alemãs, que viram as suas margens de lucro erodidas pela política comercial dos EUA, mesmo após acordos que reduziram algumas das taxas mais elevadas. A quebra acentuada nos resultados da Honda demonstra a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento globais e a forma como as decisões políticas em Washington estão a impactar diretamente a rentabilidade de empresas multinacionais.