A queda de 4,5% em cadeia foi atribuída principalmente a um aumento dos impostos a pagar, num período em que o Produto Interno Bruto (PIB) real per capita também recuou 0,6%. Segundo os dados divulgados pela OCDE, esta evolução em Portugal contrasta com a média da organização, onde o rendimento real per capita registou um ligeiro crescimento de 0,1%.

A organização explica que o aumento dos impostos em Portugal no início do ano ocorreu após uma queda no trimestre anterior, “na sequência de mudanças no regime tributário”. Em outubro de 2024, as taxas de retenção na fonte de IRS foram excecionalmente baixas para compensar a descida do imposto com efeitos retroativos, o que influenciou a base de comparação.

O panorama entre os 20 países da OCDE com dados disponíveis foi misto, com metade a registar aumentos e a outra metade a sofrer quedas.

O Chile destacou-se com o maior crescimento do rendimento real per capita (3,1%), beneficiando da queda da inflação e do aumento do PIB.

No grupo dos países com perdas, a seguir a Portugal surgem a Áustria (-2,1%) e a Grécia (-1,9%).

Esta acentuada perda de poder de compra em Portugal levanta preocupações sobre o consumo privado e a dinâmica económica para o resto do ano, num contexto de pressões inflacionistas e incerteza global.