A decisão, que representa o quinto corte no último ano, foi tomada por uma margem curta de cinco votos a favor e quatro contra, evidenciando a divisão no seio do Comité de Política Monetária (MPC) sobre o rumo a seguir. A votação renhida, que necessitou de uma segunda ronda pela primeira vez na história da instituição, reflete o dilema enfrentado pelos bancos centrais: responder aos sinais de abrandamento económico ou manter uma postura cautelosa perante uma inflação persistente. O comité declarou estar atento à evolução da inflação homóloga, que em junho se situou em 3,6%, ainda consideravelmente acima da meta de 2%. O banco central prevê que a inflação atinja 4% em setembro, antes de começar a diminuir. A ministra da Economia do Reino Unido, Rachel Reeves, saudou a medida, afirmando que os cinco cortes de juros desde as eleições de julho de 2024 ajudaram a diminuir o custo das hipotecas e a “colocar mais dinheiro no bolso das pessoas”. No entanto, a decisão dividida do MPC sugere que o caminho para futuros cortes pode não ser linear, com alguns membros a expressarem preocupação de que um aumento temporário da inflação possa pressionar ainda mais os preços e os salários. A próxima reunião de política monetária do BoE está agendada para 17 e 18 de setembro, com os mercados a anteciparem a possibilidade de novos cortes ainda este ano.