Esta tendência indica uma maior exigência de transparência e autenticidade nas políticas de ESG (Environmental, Social, and Governance).

Um estudo recente revela que os consumidores portugueses estão cada vez menos tolerantes a práticas de "greenwashing", o ato de as marcas se apresentarem como mais sustentáveis do que realmente são. O estudo aponta que os consumidores tendem a abandonar marcas percebidas como infratoras, sendo a Volkswagen, a EDP e a Galp as mais citadas pelos inquiridos.

Esta sensibilidade do consumidor pressiona as empresas a adotarem compromissos ambientais genuínos.

Em paralelo, o desenvolvimento dos mercados voluntários de carbono em Portugal, um mecanismo que permite às empresas compensar as suas emissões através da compra de "créditos de carbono", enfrenta desafios de credibilidade. Manuel Pereira, diretor de Sustentabilidade da plataforma Quellia, aponta que "faltava efetivamente muito rigor na informação" associada a estes créditos.

A falta de padronização e a necessidade de garantir que os projetos financiados reduzem ou sequestram carbono de forma eficaz são obstáculos à credibilidade destes mercados.

Ambos os desenvolvimentos sublinham uma mudança no paradigma da sustentabilidade corporativa: não basta comunicar, é preciso demonstrar com rigor e transparência o impacto real das ações, sob pena de perder a confiança tanto dos consumidores como dos investidores.