Esta posição, expressa pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, introduz uma nova dinâmica nas negociações comerciais globais, embora o setor do retalho já sinta os efeitos negativos da incerteza.

Numa entrevista ao jornal Nikkei, Bessent afirmou que, "com o tempo, as tarifas devem ser como um cubo de gelo a derreter", indicando que o principal objetivo de Washington é "reequilibrar" o défice da balança corrente, que em 2024 ascendeu a 1,18 biliões de dólares. O secretário alertou que um défice desta magnitude poderia levar a uma crise financeira e que um "regresso da produção" aos Estados Unidos é fundamental para o reequilíbrio. As negociações com a China foram classificadas como "difíceis", dado que Pequim opera como uma "economia não de mercado" com objetivos distintos, focada mais em emprego e produção do que em rentabilidade.

Contudo, esta política de tarifas está a criar um "caos" no retalho. Um inquérito da Revionics revelou que 82% dos retalhistas norte-americanos já foram afetados e 62% admitem não conseguir manter-se financeiramente saudáveis por mais de nove meses num cenário de tarifas elevadas. A principal estratégia de curto prazo para absorver o impacto é a redução das margens de lucro (47%), seguida da diminuição dos custos laborais, o que aponta para potenciais perdas de emprego significativas no setor.