Este é o quarto mês consecutivo de aceleração dos preços, com os produtos alimentares não transformados a registarem a subida mais acentuada.

Os dados finais do INE, divulgados esta terça-feira, coincidem com a estimativa provisória divulgada no final de julho.

O indicador de inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, registou uma variação de 2,5%, ligeiramente acima dos 2,4% de junho. A variação dos preços dos produtos energéticos manteve-se negativa em -1,1%.

O grande impulsionador da subida foi o índice referente aos produtos alimentares não transformados, que acelerou pelo sexto mês consecutivo, atingindo 6,1%, um aumento significativo face aos 4,7% de junho. Esta subida nos preços dos alimentos ocorre numa altura em que, segundo a DECO, um "número significativo de famílias portuguesas enfrenta dificuldades para garantir o acesso regular a bens alimentares essenciais".

A associação de defesa do consumidor aponta que este fenómeno afeta não só os agregados de baixos rendimentos, mas também muitas famílias de classe média. Paradoxalmente, os principais grupos de supermercados, Sonae e Jerónimo Martins, registaram receitas recorde no primeiro semestre do ano, totalizando o equivalente a cinco milhões de euros por hora.