O encontro entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky, juntamente com líderes europeus, gerou um otimismo generalizado nos mercados, mas teve um efeito diametralmente oposto no setor da defesa.

A simples possibilidade de cessar as hostilidades levou os investidores a antecipar uma redução drástica nas encomendas de equipamento militar, resultando numa venda massiva de ações.

O índice Stoxx Europe Aerospace and Defense chegou a cair quase 3%, um reflexo claro do pessimismo que se instalou.

Empresas de referência no setor sofreram perdas significativas: a italiana Leonardo tombou 9,65%, a alemã Hensoldt, especializada em sensores, recuou 9,06%, e a fabricante de tanques Renk desvalorizou 8,55%.

Outras gigantes como a sueca Saab AB (-7,41%) e a francesa Thales (-3,94%) seguiram a mesma tendência negativa.

A agravar o sentimento, surgiram notícias de que as garantias de segurança em negociação poderiam incluir um acordo de 100 mil milhões de dólares para a Ucrânia adquirir armas diretamente aos Estados Unidos, excluindo os fornecedores europeus e intensificando a pressão sobre as suas ações.

O analista Ramiro Loureiro, do Millenium, destacou que, como reflexo das conversações, “o setor de Defesa ressente-se, incluindo cotadas como Leonardo, Hensoldt, Rheinmetall e Dassault Aviation”.

Apesar dos contínuos bombardeamentos no terreno, a reação do mercado financeiro foi imediata e focada exclusivamente no potencial desfecho diplomático.