As declarações do presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, geraram um otimismo significativo nos mercados globais na sexta-feira, sugerindo um possível corte nas taxas de juro, embora a semana tenha começado com um sentimento mais cauteloso. No seu discurso, Jerome Powell afirmou que os EUA "se aproximam do momento" em que uma redução das taxas de juro poderá ser necessária para apoiar o emprego, o que foi interpretado pelos investidores como uma "postura menos hawkish/dura". Esta sinalização aumentou significativamente a probabilidade de um corte nas taxas na reunião de setembro, o que representaria um estímulo para a economia americana e global.
A reação foi imediata, com os principais índices de Wall Street a registarem subidas expressivas na sexta-feira, com o Dow Jones a avançar 1,89% e o Nasdaq 1,88%.
O otimismo contagiou as praças asiáticas no arranque da semana, com Xangai a subir 1,51% e Tóquio 0,41%.
No entanto, Powell também advertiu para os riscos, referindo que a Fed se encontra numa "situação delicada", pois as novas tarifas aduaneiras podem pressionar os preços e reacender a inflação. Esta dualidade foi sublinhada pela análise do Renta4 Banco, que, citado pela EFE, notou que Powell "destacou que os riscos para o emprego são de queda e que o crescimento do PIB desacelerou significativamente", enquanto "reiterou a ideia de que o impacto das tarifas provavelmente terá um efeito temporário".
Esta nota de cautela parece ter pesado no sentimento dos investidores no início da nova semana, levando a uma realização de lucros nos mercados ocidentais.
Em resumoO discurso de Jerome Powell em Jackson Hole criou uma forte expectativa de um corte nas taxas de juro, impulsionando Wall Street para máximos na sexta-feira e influenciando positivamente as bolsas asiáticas. Contudo, a sua advertência sobre o risco inflacionário das tarifas aduaneiras introduziu um elemento de cautela, que se refletiu no início negativo da semana nos mercados ocidentais.