Este desempenho negativo foi diretamente atribuído às crescentes tensões políticas no país, que geraram um clima de incerteza entre os investidores. O principal catalisador para esta queda foi o anúncio de que o primeiro-ministro francês, François Bayrou, irá avançar com uma moção de confiança no parlamento, agendada para 8 de setembro. Segundo o analista Ramiro Loureiro, esta decisão é "numa tentativa de forçar os partidos políticos a tomarem uma posição sobre as propostas orçamentais do Governo no parlamento". A dificuldade do governo em aprovar cortes orçamentais e a necessidade de recorrer a este mecanismo político foram interpretadas pelo mercado como um sinal de instabilidade e de potencial impasse governativo. A reação dos investidores foi imediata, com uma venda acentuada de ações francesas, o que levou o CAC 40 a ter um desempenho consideravelmente pior do que os seus congéneres, como o DAX alemão ou o IBEX 35 espanhol. A situação política em França tornou-se, assim, um foco de risco localizado na Europa, com os mercados a temerem que a instabilidade possa comprometer a implementação de reformas económicas e a disciplina orçamental, com potenciais repercussões para a economia francesa e, por extensão, para a zona euro.