Este desempenho surge num contexto de elevada incerteza política em França, após a queda do governo do primeiro-ministro François Bayrou, que levou o Presidente Macron a preparar-se para nomear o sexto governo.

A instabilidade em Paris teve um impacto direto no mercado de dívida, com o prémio de risco da dívida francesa a subir para 81,5 pontos base, ultrapassando o de Itália e tornando-se o mais elevado da Zona Euro.

Alex Everett, Gestor de Investimentos Sénior na Aberdeen Investments, comentou que a queda do governo "tornou-se uma inevitabilidade para os mercados" e que o verdadeiro teste será a resposta do Presidente Macron. Everett acrescenta que "o atoleiro político da França não será resolvido este ano, e talvez não antes das eleições presidenciais de 2027", o que deverá manter os spreads da dívida francesa (OATs) elevados.

Apesar deste foco de tensão, os investidores europeus pareceram desvalorizar o risco imediato, com o Stoxx 600 a fechar quase inalterado na terça-feira.

As atenções dos mercados estão agora viradas para eventos futuros, nomeadamente a reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, onde se aguardam decisões sobre as taxas de juro, e a divulgação de dados cruciais sobre a inflação nos Estados Unidos, que serão determinantes para as próximas decisões da Reserva Federal.