A divulgação de um aumento inesperado nos pedidos semanais de subsídio de desemprego nos Estados Unidos para o nível mais alto desde 2021 foi o principal catalisador do otimismo nos mercados financeiros. Estes dados foram interpretados como um sinal claro de abrandamento do mercado de trabalho, aumentando a pressão sobre a Reserva Federal. O Departamento do Trabalho dos EUA revelou que os novos pedidos semanais de subsídio de desemprego aumentaram em 27 mil, atingindo um total de 263 mil. Este número não só superou as expectativas dos analistas, que previam uma estabilização, como também representou o valor mais elevado desde outubro de 2021. Para os investidores, este indicador foi o sinal mais forte até à data de um arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano.
Num aparente paradoxo, esta notícia negativa para a economia foi recebida com euforia em Wall Street.
A lógica do mercado é que um mercado de trabalho frágil torna quase inevitável que a Reserva Federal proceda a um corte nas taxas de juro para estimular a atividade económica. Conforme resumiu Jose Torres, da Interactive Brokers, os dados "reforçam as probabilidades de uma baixa da taxa de juro de referência até ao fim do ano e mesmo depois". Esta perspetiva sobrepôs-se a outros indicadores, como os dados da inflação, e tornou-se o fator dominante na tomada de decisão dos investidores, explicando o forte impulso comprador que levou os índices a máximos históricos.
Em resumoO aumento dos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA para o valor mais alto em quase quatro anos foi o principal motor dos mercados. Os investidores interpretaram este sinal de arrefecimento do mercado de trabalho como um fator decisivo que levará a Reserva Federal a cortar as taxas de juro na sua próxima reunião.