Este sentimento negativo foi impulsionado pela cautela dos investidores na antecipação da reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed). A expectativa em torno da decisão da Fed, cuja reunião de dois dias se iniciou na terça-feira, dominou o sentimento do mercado.

Embora a perspetiva de um corte nas taxas de juro estivesse já "descontado pelos investidores", prevaleceu um clima de receio quanto à reação dos mercados.

Segundo o analista Ramiro Loureiro, do Millenium, "as bolsas europeias agravaram o sentimento durante a tarde e a maioria terminou com perdas superiores a 1%".

O especialista acrescentou que "os investidores mostraram-se algo receosos com a reação que os mercados possam ter amanhã às decisões de política monetária da Fed", alertando para o risco de um movimento de "realização de mais-valias" mesmo perante notícias positivas, dado que os índices de Wall Street se encontram em máximos históricos. No fecho da sessão de terça-feira, o principal índice português, o PSI, recuou 0,37% para os 7.737,97 pontos, pressionado por títulos de peso como a Jerónimo Martins, que liderou as perdas com uma queda de 1,48%, e a Energias de Portugal (EDP), que cedeu 0,78%. O BCP e o grupo EDP foram também apontados como fatores de pressão sobre o índice nacional.

Em contraciclo, destacaram-se as valorizações da Altri, que somou 1,41%, e da Galp Energia, com um ganho de 1%.

A tendência de queda foi transversal às principais praças europeias: o DAX alemão cedeu 1,79%, o IBEX 35 espanhol perdeu 1,56%, o CAC 40 francês desvalorizou 1% e o FTSE 100 britânico recuou 0,88%.

A sessão seguinte, na manhã de quarta-feira, começou com Lisboa a aprofundar as perdas, em contraciclo com as principais congéneres europeias, que abriram em território positivo.