Esta decisão, a primeira redução desde dezembro de 2024, era amplamente esperada pelos mercados e foi justificada pelo aumento dos riscos para o emprego e pelo enfraquecimento das condições laborais.

A medida foi tomada no final de uma reunião de dois dias e surge num contexto de pressões por parte do presidente Donald Trump para uma política monetária mais expansionista. O presidente da Fed, Jerome Powell, destacou a complexidade do cenário atual, referindo a tensão entre as pressões inflacionistas e o abrandamento do mercado de trabalho, o que significa que "não há um caminho sem riscos" pela frente. Apesar do corte, a Fed reviu em alta as suas perspetivas de crescimento económico para 2025, 2026 e 2027, mantendo as previsões de inflação e emprego praticamente inalteradas, um cenário descrito pela research do Millennium como "o melhor de dois mundos" para os mercados acionistas.

Analistas, no entanto, apelaram à cautela.

John Lamb, da Capital Group, alertou que "os investidores devem avaliar cuidadosamente a justificação por detrás dos cortes e considerar até que ponto já foram precificados". Na mesma linha, Robert Lind, também da Capital Group, afirmou que "uma maior flexibilização será provavelmente cautelosa e dependente de dados", acrescentando que este "é um momento de vigilância — não de complacência".

A decisão da Fed teve um impacto imediato nos mercados globais, influenciando positivamente as bolsas europeias e gerando uma reação mista em Wall Street.