Após um período de desvalorização acentuada desde 2021, o setor das energias renováveis está a passar por um "reset" em 2025, com analistas a preverem um futuro de crescimento sustentado. A recuperação do S&P Clean Energy Index e o desempenho de empresas como a EDP Renováveis são sinais desta inversão de tendência. Desde o pico em 2020, as empresas de energias renováveis sofreram quedas significativas em bolsa, um movimento que o analista Thomas Dowling Næss, da SB1 Markets, descreve como o rescaldo de uma "bolha completamente normal". Contudo, considera que "o reset já começou", uma visão suportada pela valorização de mais de 30% do S&P Clean Energy Index desde o início de 2025. Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, prevê que, a cinco anos, "as perspetivas continuam a ser de valorização sustentada", impulsionadas pela expansão global da capacidade instalada, redução de custos tecnológicos e as metas da União Europeia.
Apesar da comparação com a bolha das dotcom, os analistas apontam diferenças cruciais.
Henrique Tomé, da XTB, refere que "as avaliações são relativamente contidas", enquanto Paulo Rosa sublinha que as renováveis se baseiam em "ativos físicos" que geram "cashflows bem visíveis", ao contrário dos modelos de negócio muitas vezes intangíveis da era da internet.
No entanto, o setor enfrenta riscos, como o custo do financiamento, atrasos nos licenciamentos e a política energética nos EUA.
Dentro do setor, a rentabilidade tornou-se um fator decisivo para os investidores.
Segundo Dowling Næss, "o lucro é o critério de seleção número um", explicando por que motivo empresas lucrativas estão a valorizar enquanto outras, focadas apenas em tecnologia ou armazenamento sem gerar lucro, como a Fluence Energy, registam quedas acentuadas.
Em resumoO setor das energias renováveis está a emergir de uma correção severa, num processo que os analistas designam como um "reset". Embora existam riscos a curto prazo, os fundamentos a longo prazo permanecem sólidos, suportados pela transição energética global. Os investidores estão agora mais seletivos, priorizando empresas com modelos de negócio rentáveis e sustentáveis.