As ações da Intel registaram uma valorização expressiva na sexta-feira, na sequência de notícias de que a Administração Trump está a ponderar um novo plano para reforçar a autossuficiência dos EUA na produção de semicondutores. A fabricante de chips viu as suas ações fecharem o dia com uma valorização de mais de 4%. O impulso veio de uma notícia do Wall Street Journal, que relatou que o governo norte-americano está a avaliar um novo plano estratégico para diminuir a dependência do país em relação a chips fabricados no estrangeiro. Esta notícia foi recebida com grande entusiasmo pelos investidores, que veem nesta potencial política uma vantagem competitiva para as empresas americanas do setor. O analista Ramiro Loureiro, do Millennium Investment Banking, destacou que, para além da Intel, outras empresas como a GlobalFoundries e a Skywater também se mostraram animadas com a perspetiva.
Este movimento protecionista, no entanto, teve um efeito contrário nos mercados europeus.
Analistas do Millennium BCP e da MTrader notaram que o setor tecnológico europeu foi o que mais recuou durante a sessão, pressionado precisamente por esta notícia, que levanta preocupações sobre a concorrência e as cadeias de abastecimento globais.
O episódio ilustra como as decisões políticas e as tensões comerciais podem ter impactos setoriais assimétricos, beneficiando as empresas de um país enquanto pressionam as de outro, e sublinha a crescente importância da geopolítica na avaliação dos ativos financeiros.
Em resumoA perspetiva de políticas protecionistas no setor dos semicondutores por parte dos EUA impulsionou fortemente as fabricantes de chips norte-americanas, como a Intel, sinalizando uma potencial reconfiguração das cadeias de abastecimento globais.