A subida expressiva da principal criptomoeda é atribuída, em grande parte, à crescente desconfiança dos investidores no sistema financeiro tradicional, exacerbada pela paralisação governamental nos Estados Unidos.

A ‘estrela’ das criptomoedas alcançou o valor de 125.689 dólares (107.066 euros), superando o seu máximo anterior, que se situava em torno dos 124.500 dólares e tinha sido registado em agosto.

A forte tendência de alta ocorre num contexto de elevada incerteza económica e política.

O principal catalisador identificado de forma unânime nos vários artigos é a paralisação orçamental em curso nos Estados Unidos, conhecida como ‘shutdown’. Este impasse político em Washington gera desconfiança nos investidores em relação à capacidade de gestão da maior economia do mundo e à estabilidade do dólar como reserva de valor. Em cenários como este, os investidores tendem a procurar ativos de refúgio alternativos, que funcionem fora do controlo direto dos governos e dos bancos centrais.

A Bitcoin, pela sua natureza descentralizada, tem vindo a consolidar-se como uma das principais opções para esta diversificação de risco. A valorização reflete, assim, uma fuga de capital de ativos tradicionais para o ecossistema das criptomoedas, à medida que aumenta a perceção de risco associada às políticas fiscais e governamentais norte-americanas. Este movimento reforça a narrativa de que a Bitcoin pode atuar como uma forma de ‘ouro digital’, um ativo escasso e resistente à interferência política, especialmente atrativo em períodos de instabilidade.