Luis de Guindos, vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), emitiu um alerta sobre os níveis de avaliação nos mercados de ações, considerando que estes incorporam um cenário 'excessivamente benigno' e subestimam os riscos geopolíticos. Num evento público, Guindos afirmou de forma categórica que “as valorizações são muito altas. São muito elevadas”, sublinhando que os mercados não estão a incorporar corretamente os riscos geopolíticos, que são difíceis de medir mas podem gerar movimentos “bruscos e fortes” nos preços dos ativos. Segundo o responsável do BCE, o otimismo que sustenta o 'rally' dos mercados baseia-se num cenário muito favorável que assume a continuação dos cortes de juros nos EUA, a resolução de conflitos comerciais e bons resultados económicos e empresariais.
Se esta narrativa falhar, a correção poderá tornar-se um “risco para a estabilidade financeira”.
Guindos apontou o comércio internacional como um foco de incerteza e manifestou preocupação com a situação orçamental nos EUA, que apresentam uma dívida pública de 120% do PIB. Este aviso de um dos mais altos responsáveis pela política monetária na Zona Euro contrasta com o otimismo reinante em muitas bolsas, que negoceiam em máximos históricos, e serve como um lembrete dos riscos subjacentes que podem ser ignorados pelos investidores.
Em resumoO vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, alertou para o risco de uma correção nos mercados financeiros, argumentando que as atuais 'valorizações muito elevadas' não refletem adequadamente os riscos geopolíticos e económicos, podendo levar a movimentos bruscos caso o cenário otimista dos investidores não se concretize.