A incerteza em Paris pesou sobre as bolsas europeias, em particular sobre o índice CAC 40 e a dívida soberana francesa.
A reação inicial dos mercados foi acentuadamente negativa.
O CAC 40 chegou a cair quase 2% na segunda-feira, com o setor bancário a liderar as perdas: o Société Générale recuou 4,23% e o Credit Agricole 3,42%.
A demissão, ocorrida menos de um mês após a tomada de posse, também penalizou a dívida do país, com as 'yields' das obrigações a 10 anos a subirem e o 'spread' face às obrigações alemãs a atingir o nível mais elevado desde janeiro do ano anterior, sinalizando uma maior perceção de risco. Antoine Andreani, diretor de 'research' da XTB França, descreve a situação como uma “instabilidade política sem precedentes desde o início do segundo mandato de Emmanuel Macron”, destacando o dilema que o presidente enfrenta. A situação é agravada pela frágil posição orçamental de França, com uma dívida pública de 3,345 biliões de euros, ou 114% do PIB, a mais elevada da zona euro.
Nuno Mello, da XTB Portugal, alerta que “a instabilidade política francesa recente já teve reflexos nos mercados, com quedas nas ações e um aumento dos spreads da dívida soberana”.
Apesar de uma ligeira recuperação do CAC 40 no dia seguinte, a crise política permanece um foco de vulnerabilidade para os mercados europeus.













