Indicadores como o rácio Preço/Lucro (PER) e o 'Buffett Indicator' sugerem que as ações, especialmente nos EUA, poderão estar sobreaquecidas.
As declarações de Jerome Powell, presidente da Fed, de que “os preços das ações estão bastante valorizados”, e de Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, que alertou para “valorizações muito elevadas”, encontram eco na análise de vários indicadores. Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, corrobora estas preocupações, notando que “os principais indicadores de valorização confirmam que os mercados acionistas, sobretudo o norte-americano, estão acima das suas médias históricas”.
O S&P 500 negoceia com um PER de 22 vezes, acima da média de 17, enquanto o indicador CAPE Shiller atingiu 39,6 pontos, o segundo nível mais elevado em 154 anos.
O 'Buffett Indicator', que compara o valor do mercado com o PIB, ultrapassa os 200% nos EUA, sugerindo uma sobrevalorização significativa.
Na Europa, embora mais moderados, os múltiplos também estão acima das médias.
Esta euforia é em grande parte impulsionada pela valorização das empresas tecnológicas e de inteligência artificial. Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe, destaca que “os mercados globais mantêm-se em níveis historicamente elevados, em especial devido à valorização das empresas tecnológicas e de inteligência artificial nos EUA”.
O risco, como alertou Guindos, é que se a narrativa otimista falhar, “a correção poderá tornar-se um ‘risco para a estabilidade financeira’”.












