Esta subida reflete a crescente procura por ativos de refúgio num contexto de elevada incerteza económica e geopolítica global, solidificando o seu estatuto de porto seguro para os investidores.

A escalada do metal precioso, que acumula uma valorização superior a 50% desde o início do ano, é atribuída a uma confluência de fatores.

A instabilidade política nos Estados Unidos, marcada pela paralisação parcial do governo federal, e a crise de liderança em França, que gera receios sobre a estabilidade da zona euro, aumentaram a aversão ao risco. Paralelamente, as expectativas de que a Reserva Federal norte-americana (Fed) possa cortar as taxas de juro mais duas vezes em 2026, juntamente com a fraqueza do dólar, tornam o ouro, um ativo que não paga juros, mais atrativo. A procura tem sido também impulsionada por compras massivas por parte de bancos centrais de mercados emergentes, que procuram diversificar as suas reservas para além do dólar, e por um aumento significativo dos fluxos de capital para fundos de índice (ETFs) ligados ao ouro.

Analistas como Ricardo Evangelista, da ActivTrades Europe, destacam que "as persistentes tensões geopolíticas e a incerteza económica [...] têm impulsionado o metal precioso".

A visão otimista é partilhada por instituições como o banco suíço Julius Baer, que elevou a sua meta a 12 meses para 4.500 dólares, e o Goldman Sachs, que aponta para 4.900 dólares em dezembro de 2026, sugerindo que o rally poderá prolongar-se.