Tanto o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, como o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, manifestaram preocupação com as "valorizações muito elevadas" nas bolsas.

Os mercados acionistas, sobretudo o norte-americano, estão a negociar acima das suas médias históricas, segundo vários indicadores.

O economista Paulo Monteiro Rosa, do Banco Carregosa, nota que o rácio preço/lucro (PER) do S&P 500 está em torno de 22 vezes, bem acima da média de longo prazo de 17.

Outros indicadores, como o CAPE Shiller, que ajusta o PER pela inflação, e o "Buffett Indicator", que compara o valor do mercado com o PIB, também sugerem uma sobrevalorização significativa nos EUA.

Esta euforia é em grande parte impulsionada pelas grandes empresas tecnológicas e de inteligência artificial, que são responsáveis por mais de 60% dos ganhos do S&P 500 este ano.

Na Europa, embora os múltiplos sejam mais baixos, também se encontram acima das médias históricas.

O EuroStoxx 50 apresenta um PER próximo de 15, face a uma média de 13.

Luis de Guindos alertou que se a narrativa otimista em torno da economia mundial falhar, "a correção poderá tornar-se um 'risco para a estabilidade financeira'".

Apesar dos alertas, casas de investimento como o Goldman Sachs mantêm uma visão otimista para as ações europeias, embora reconheçam que estão mais caras do que no início do ano.