Esta subida expressiva, que representa uma valorização de 54% num ano, é alimentada pela instabilidade geopolítica e pelas expectativas de flexibilização da política monetária nos EUA.

A procura por segurança por parte dos investidores impulsionou o preço do ouro para um valor recorde de 4.079,90 dólares por onça esta semana.

Este marco reflete um ambiente de crescente incerteza, onde fatores como a instabilidade política, tensões geopolíticas e sinais de fraca confiança monetária convergem para aumentar a atratividade do metal precioso. Um dos principais catalisadores, segundo Nuno Mello da XTB, é o enfraquecimento do dólar, impulsionado pela expectativa de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana realize mais cortes nas taxas de juro. 'Espera-se que o Banco Central Americano ainda faça mais dois cortes nas taxas de juro em 2025, o que faz com que o dólar desvalorize e, pela correlação inversa que tem com o ouro, o ouro tende a subir', explicou.

A esta dinâmica juntam-se outros fatores, como a inversão das 'yields' das obrigações e a incerteza causada pela paralisação do governo dos EUA.

Fernando Marques, da Income Markets, acredita que o metal precioso 'tranquilamente, tem potencial para chegar aos 4100/4200 dólares por onça'. Esta visão otimista é partilhada por analistas do Julius Baer, que elevaram as suas previsões para 4.500 dólares a 12 meses.

No entanto, a subida não foi linear. Joseph Dahrieh, da Tickmill, notou uma pausa recente no ritmo de subida, atribuindo-a à 'realização de lucros e ao alívio das tensões geopolíticas no Médio Oriente' após um acordo de cessar-fogo. Apesar disso, os fundamentos subjacentes, como a política monetária da Fed e a contínua compra de ouro por parte de bancos centrais, permanecem favoráveis, sustentando a perspetiva de valorização a médio prazo.