Este movimento reflete a aversão ao risco por parte dos investidores perante um complexo cenário de tensões geopolíticas e económicas.

Os metais preciosos registaram uma subida acentuada, com o ouro a atingir os 4.080 dólares por onça e a prata os 51 dólares.

Especificamente, o ouro cresceu 1,45%, fixando-se nos 4.077,99 dólares, depois de já ter ultrapassado a barreira dos 4.000 dólares na semana anterior, antecipando-se o fecho de mercado mais valioso desde 1979. A prata, cujo valor é frequentemente potenciado pelo do ouro, não ficou atrás, subindo 2,7% para os 51,66 dólares, superando o seu máximo histórico anterior de 49,80 dólares, registado em junho de 2011 durante os programas de 'quantitative easing'. A escalada dos preços é atribuída a uma confluência de fatores de instabilidade.

Em primeiro lugar, o agudizar das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, exacerbadas por ameaças de novas tarifas por parte da administração norte-americana.

A isto somam-se as incertezas políticas, nomeadamente o 'shutdown' das instituições federais nos EUA e a recente nomeação de um novo governo em França.

Por fim, a conjuntura de "indefinição geoestratégica", marcada pelas guerras em curso na Ucrânia e no Médio Oriente, leva os investidores a procurar a segurança e a estabilidade associadas ao ouro e à prata, afastando-se de ativos considerados mais voláteis.