Os investidores aguardam um corte nas taxas de juro e analisam atentamente as declarações do seu presidente, Jerome Powell, procurando um contrapeso para as tensões geopolíticas.

Num cenário de elevada incerteza, a política monetária da Fed assumiu um papel central.

As perspetivas de um alívio monetário ajudaram a mitigar parte do pessimismo gerado pela guerra comercial.

Segundo Jose Torres, da Interactive Brokers, um "tom acomodatício" por parte de Jerome Powell favoreceu a recuperação das ações durante a sessão. O presidente da Fed manifestou preocupação com a debilidade do mercado de trabalho nos EUA, o que foi interpretado pelo mercado como um sinal claro de que um corte na taxa de juro de referência poderá ser decidido na reunião do final do mês. Esta expectativa de uma política mais expansionista, que torna os ativos sem rendimento mais atrativos, foi também um dos principais motores por trás da subida recorde do preço do ouro. A situação é complexa para a Fed, que se encontra "dependente dos dados" numa altura em que a paralisação do governo atrasa a publicação de muitos indicadores económicos. No entanto, os sinais de arrefecimento do mercado laboral e a própria paralisação somam motivos de preocupação, tornando mais provável que Powell adote uma postura "dovish" (suave), o que continua a dar suporte aos mercados.