As declarações do presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, trouxeram um novo fôlego aos mercados, com os investidores a interpretarem o seu discurso como um sinal de que o banco central norte-americano poderá proceder a um novo corte nas taxas de juro. Esta perspetiva de uma política monetária mais expansionista tem sido um dos pilares de sustentação dos mercados e da subida do ouro. Num discurso na Associação Nacional de Economia Empresarial, Powell deu a entender que poderá haver mais alívio monetário, sublinhando que o banco central continuará a “atuar de forma cautelosa e dependente dos dados”. Analistas da XTB referiram que os “comentários dovish de Powell” contribuíram para a recuperação dos índices.
A expectativa de juros mais baixos nos EUA tem múltiplos efeitos: por um lado, anima os mercados acionistas, como se viu na abertura positiva de Wall Street na quinta-feira; por outro, torna o dólar menos atrativo e aumenta o apelo de ativos que não pagam juros, como o ouro. Vários artigos apontam a “perspetiva de corte nos juros por parte da Reserva Federal norte-americana” como um dos principais motores para a escalada recorde do preço do ouro. No entanto, a tarefa da Fed é dificultada pela paralisação do governo, que, segundo Powell, “impede a publicação de alguns indicadores relevantes para as decisões”.
A inflação, embora contida, e uma eventual desaceleração nas contratações são riscos que o banco central continua a monitorizar de perto.
Em resumoUm discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, foi interpretado pelo mercado como 'dovish', reforçando as expectativas de que a autoridade monetária poderá em breve cortar novamente as taxas de juro. Esta perspetiva tem apoiado o desempenho dos mercados acionistas e é um fator chave na valorização recorde do ouro.