A turbulência teve origem nos anúncios dos bancos Zions Bancorp e Western Alliance Bancorp.

O Zions informou que iria registar uma imparidade de 50 milhões de dólares ligada a dois empréstimos, enquanto o Western Alliance revelou ter movido uma ação judicial contra um cliente por fraude. Estes eventos, embora de dimensão aparentemente limitada, foram amplificados pelo contexto recente de falências de duas empresas do setor automóvel, a First Brands Group e a Tricolor Holdings, levantando sérias questões sobre os padrões de concessão de crédito no mercado de empréstimos alavancados.

A reação dos mercados foi imediata e severa, com o índice KBW Regional Banking a registar a maior queda diária em seis meses, e as ações do Zions e Western Alliance a desvalorizarem 13% e 11%, respetivamente.

O contágio foi global, penalizando fortemente o setor bancário na Europa e na Ásia.

Em Portugal, o BCP foi uma das cotadas mais afetadas, chegando a cair mais de 3%.

O economista António José Duarte destacou que “o súbito agravamento das tensões no sistema bancário regional dos Estados Unidos voltou a colocar o risco de crédito no centro das preocupações dos mercados financeiros”.

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, amplificou os receios com a sua analogia: “Quando se vê uma barata, provavelmente há mais”.

Apesar do pânico inicial, alguns analistas, como Nick Brind da Polar Capital, consideraram as perdas “idiossincráticas”, e os mercados recuperaram parte do terreno perdido ao longo do dia.