A cotação do metal precioso aproximou-se da fasquia dos 4.400 dólares por onça, impulsionada por uma confluência de fatores que geram incerteza nos mercados financeiros globais.

A principal causa para esta escalada foi a renovada preocupação com a estabilidade do setor bancário regional nos EUA, que levou os investidores a procurarem a segurança do ouro.

Adicionalmente, as persistentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, a debilidade do dólar e as expectativas de futuros cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana contribuíram para o aumento da procura. Só em 2025, o ouro já valorizou cerca de 66%, beneficiando também de compras maciças por parte de bancos centrais de economias emergentes, como a China, que procuram diversificar as suas reservas e reduzir a dependência do dólar. Esta tendência, conhecida como “debasement trade”, reflete uma aposta de que a expansão monetária e o endividamento público irão corroer o poder de compra das moedas fiduciárias. Investidores de renome, como Ken Griffin e Ray Dalio, manifestaram a sua preferência pelo ouro em detrimento do dólar, considerando-o uma reserva de valor mais sólida no atual contexto. Dalio sugeriu mesmo uma alocação ideal de 15% de uma carteira de investimento ao metal, comparando o momento atual com a instabilidade da década de 1970.