Este desenvolvimento reforçou significativamente as expectativas de que a Reserva Federal (Fed) procederá a um corte na sua taxa de juro de referência. Os números, divulgados com nove dias de atraso pelo Departamento do Trabalho devido à paralisação do governo, mostraram que o índice de preços no consumidor (IPC) acelerou para 3% em termos homólogos, um valor que, apesar de representar uma subida face aos 2,9% de agosto, ficou abaixo da estimativa de 3,1% dos analistas. Mais relevante ainda, a leitura do IPC subjacente ('core') foi de 0,2% em termos mensais, aquém da previsão de 0,3%.

Segundo Aaron Hill, analista da FP Markets, esta leitura "desencadeou uma onda de moderação que atingiu o dólar americano, à medida que os mercados antecipam novos cortes nas taxas pelo Fed". Esta visão é partilhada por Angelo Kourkafas, da Edward Jones, que comentou que os dados "abrem a via a uma redução da taxa de juro da Fed em outubro".

Embora a inflação permaneça "bem acima do objetivo dos dois por cento fixado pela Fed", como lembrou Nancy Vanden Houten da Oxford Economics, o abrandamento inesperado deu à autoridade monetária a margem necessária para considerar uma política mais expansionista.

A expectativa de taxas de juro mais baixas tende a apoiar a atividade económica e a aumentar as perspetivas de lucro das empresas, o que justifica a reação eufórica dos investidores.