Os analistas esperam que o banco central anuncie na quarta-feira uma redução de 0,25 pontos percentuais, naquela que seria a segunda descida do ano, ajustando as taxas atualmente no intervalo entre 4% e 4,25%.

Esta expectativa foi reforçada por dados recentes da inflação, que, ao saírem abaixo do esperado, "deu verdadeiramente 'luz verde' à Fed para avançar na direção que tinha anunciado", segundo Angelo Kourkafas. No entanto, a decisão da Fed é complexificada pelo 'shutdown' do governo dos EUA, que bloqueou a divulgação de dados estatísticos cruciais, como os do desemprego e do índice de preços de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido da autoridade monetária.

Sem esta informação atualizada, torna-se mais difícil para a Fed avaliar o estado real da economia.

Por isso, os investidores estarão particularmente atentos à conferência de imprensa do presidente Jerome Powell, procurando pistas sobre os próximos passos, nomeadamente para a reunião de dezembro. Além do corte de juros, o debate sobre o fim do aperto quantitativo ('quantitative tightening') ganha força, com analistas a preverem que a redução do balanço da Fed possa estar concluída no início do próximo ano, o que injetaria mais liquidez nos mercados e apoiaria uma "aterragem suave para a economia dos EUA".