Este desempenho robusto ocorre apesar de um cenário macroeconómico complexo, sustentado pelo otimismo em torno da inteligência artificial e pela perspetiva de uma política monetária mais expansionista.

O S&P 500, principal referência do mercado acionista global, atingiu novos máximos históricos, demonstrando uma notável resiliência.

Este otimismo é alimentado principalmente pelas perspetivas de um novo avanço da globalização, pelo entusiasmo contínuo em torno da inteligência artificial (IA) e pelo regresso a uma política monetária mais expansionista por parte da Reserva Federal dos EUA, que efetuou mais um corte nas taxas de juro. O desempenho robusto do S&P 500, com uma valorização de 15,9% desde o início do ano, reflete um sentimento positivo que se estende a outros índices norte-americanos, como o Nasdaq, que sobe 22,1%, e o Dow Jones, com um avanço de 11,7%. Este ambiente de euforia, no entanto, coexiste com um cenário de riscos significativos. Os artigos mencionam a persistência de uma paralisação parcial do governo norte-americano, tensões políticas, elevados défices orçamentais em França e sinais de escassez de liquidez que afetam a banca regional dos EUA. A robustez dos mercados, neste contexto, sugere que os investidores estão a focar-se mais nos catalisadores de crescimento de longo prazo, como a IA, do que nos ventos contrários macroeconómicos. Uma nota de cautela surge da atuação da Berkshire Hathaway, a "holding" de Warren Buffett, que aproveitou os recordes das bolsas para vender mais 6,1 mil milhões de dólares em ações. Esta estratégia pode ser interpretada como um sinal de que investidores experientes consideram as atuais avaliações de mercado como elevadas.

O analista Vítor Madeira sublinha que o otimismo do S&P 500 "acaba por refletir um sentimento positivo nas restantes geografias", influenciando outros mercados.