A bolsa portuguesa demonstrou uma notável resiliência e força, com o índice PSI a registar em outubro o seu maior crescimento mensal de 2025 e a iniciar novembro em território positivo, atingindo níveis não vistos em quase 16 anos. O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI, encerrou o mês de outubro com uma valorização de 5,9%, o que representa o maior aumento mensal do ano e o décimo mês consecutivo de crescimento em 2025. Segundo a análise da Maxyield, este desempenho insere-se num "rally bolsista" e num "bull market" com uma duração de cinco anos, que levou o índice a ultrapassar a barreira dos 8.400 pontos, reportando para níveis de 2010.
O início de novembro manteve a tendência positiva, com a praça lisboeta a ser impulsionada por empresas do setor energético como a Galp e a EDP Renováveis.
No entanto, a análise da Maxyield alerta para potenciais riscos de sobrevalorização. O forte ritmo de crescimento, combinado com uma quebra nos resultados empresariais no primeiro semestre, está "a provocar um aumento do PER [price-to-earnings ratio], susceptível de gerar uma situação de sobreaquecimento e efeito de bolha". Este cenário de preços "tendencialmente caros" despertou o interesse do 'short selling', com um número invulgar de posições curtas em seis cotadas do PSI, incluindo Mota-Engil, NOS, BCP e Galp.
A associação de pequenos acionistas conclui que, embora "a festa continue", o seu fim "poderá estar próximo", recomendando "rigor e cautela na gestão das carteiras".
Em resumoO PSI vive um momento de forte otimismo, atingindo máximos de longa data, mas surgem sinais de alerta sobre uma possível sobrevalorização e o aumento de apostas na queda de algumas das suas principais empresas, sugerindo que a sustentabilidade do atual 'rally' pode ser um desafio.