A incerteza política em Washington gerou perdas generalizadas, afetando particularmente as praças europeias.

A paralisação do governo dos EUA, agora a mais longa da história do país, continua a ser o principal foco de preocupação.

A falta de consenso no Congresso, após 14 votações sem sucesso, mantém os serviços federais paralisados, o que já leva companhias aéreas a cancelar voos e, crucialmente para os mercados, adia a divulgação de dados macroeconómicos importantes. A divulgação de indicadores de inflação como o Core CPI, CPI e PPI, esperada para esta semana, é agora considerada tentativa, aumentando a incerteza sobre as próximas decisões da Reserva Federal em relação às taxas de juro.

O presidente Donald Trump tem estado ativo na rede social Truth, propondo acordos e criticando o mecanismo do 'Filibuster' no Senado, que, segundo ele, impede o progresso.

Neste cenário de aversão ao risco, as bolsas europeias encerraram em baixa.

A bolsa de Lisboa foi das mais penalizadas, com o índice PSI a recuar 2,27% para 8.186,96 pontos.

A queda foi arrastada pelo desempenho negativo da EDP e da EDP Renováveis, que perderam 5,19% e 5,86%, respetivamente, após sofrerem 'downgrades'.

Em contraste com o pessimismo político, surgiram notícias positivas na frente comercial EUA-China, com Pequim a suspender a proibição de exportação de metais raros e ambos os países a levantarem taxas portuárias mútuas. Adicionalmente, o setor de tecnologia continua a ser um ponto de interesse, com o debate sobre uma possível bolha em ações de inteligência artificial (IA) a intensificar-se, embora analistas de Wall Street mantenham uma visão otimista sobre empresas como Amazon, Alphabet e AMD, citando o seu forte crescimento impulsionado pela IA.