As ações da EDP registaram uma queda acentuada superior a 5% na bolsa de Lisboa, arrastando o principal índice nacional para terreno negativo. A desvalorização foi uma reação direta à venda da totalidade da participação do fundo de pensões canadiano CPPIB, um dos principais acionistas da elétrica. O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), que era o quarto maior acionista da EDP com uma participação de 5,44%, concluiu a venda de 5,2% do capital da empresa, correspondente a mais de 218 milhões de ações. A transação foi realizada através de uma colocação privada a investidores institucionais por um preço de 3,729 euros por ação, o que representou um desconto de cerca de 6% face à cotação de fecho do dia anterior e gerou um encaixe bruto de aproximadamente 815 milhões de euros.
Esta venda massiva exerceu uma pressão vendedora imediata e intensa sobre os títulos da EDP, que fecharam a sessão a cair 5,37% para 3,75 euros.
A EDP Renováveis também foi arrastada, recuando 3,75%.
A saída de um acionista de referência como o CPPIB surge num momento sensível para a empresa, que já tinha sido penalizada no final da semana anterior após a apresentação do seu plano estratégico para 2026-2028. Analistas e investidores consideraram que as novas metas de lucros e o plano de investimento revisto em baixa ficaram aquém das expectativas.
O Goldman Sachs chegou mesmo a cortar a recomendação da EDP para 'vender'.
A combinação da receção negativa ao plano estratégico com a saída de um acionista de peso criou uma tempestade perfeita, resultando numa perda de valor de mercado de 13,6% em menos de uma semana.
Em resumoA forte desvalorização das ações da EDP foi causada pela venda da participação de 5,2% detida pelo fundo de pensões canadiano CPPIB, realizada com um desconto significativo. Este evento agravou o sentimento negativo dos investidores, que já estavam apreensivos com o novo e menos ambicioso plano estratégico da empresa.