A resolução do impasse, com a assinatura pelo presidente Donald Trump da legislação que garante o financiamento do governo até ao final de janeiro de 2026, foi inicialmente recebida com otimismo, impulsionando os mercados asiáticos e a abertura das praças europeias. Analistas do Bankinter indicaram que “a reabertura do governo dos EUA levará à restauração gradual dos serviços públicos, o que significa que os funcionários públicos vão voltar ao trabalho e receber os seus salários, e o consumo privado voltará ao normal”.

No entanto, o impacto positivo foi limitado por uma consequência direta da paralisação: o adiamento da publicação de dados económicos vitais. Segundo o analista da ActivTrades Europe, Henrique Evangelista, “a Casa Branca já afirmou que os dados da inflação ao consumidor, que seriam publicados hoje, e os da inflação ao produtor, previstos para amanhã, poderão nunca ser divulgados”. Esta falta de informação coloca os dirigentes da Reserva Federal “numa posição de fragilidade para a próxima decisão sobre as taxas de juro, em dezembro”, aumentando a incerteza e pesando sobre o sentimento dos investidores, o que contribuiu para a queda acentuada em Wall Street no final do dia.