Este evento é visto como um barómetro crucial para o futuro do setor tecnológico que tem dominado os ganhos bolsistas.

A Nvidia, protagonista do “boom” da inteligência artificial, prepara-se para apresentar as suas contas do terceiro trimestre, encerrando o ciclo para as “sete magníficas” da tecnologia norte-americana.

A expectativa é elevada, com analistas consultados pela FactSet a preverem um lucro de 1,24 dólares por ação.

No entanto, este otimismo coexiste com uma crescente apreensão em Wall Street sobre uma possível sobreavaliação dos ativos de IA, o que tem gerado volatilidade.

Apesar de alguns investidores estarem a desfazer-se de ações de tecnologia, movendo-se para índices como o Dow Jones, os grandes investidores institucionais parecem manter a confiança no potencial transformador da IA a longo prazo. Esta dualidade de perspetivas é exacerbada pelo papel da Nvidia no mercado de produtos especulativos. A empresa tornou-se um dos alvos preferenciais para os recém-criados ETF alavancados de ação única, instrumentos financeiros de alto risco que procuram duplicar ou triplicar os movimentos diários do preço da ação. Esta situação coloca a Nvidia no centro de uma tempestade perfeita: por um lado, é um pilar do investimento temático de longo prazo na revolução tecnológica; por outro, é um veículo para a especulação mais agressiva e de curto prazo.

A reação do mercado aos seus resultados será, por isso, decisiva.

Um número em linha ou acima das expectativas poderá validar as atuais valorizações e acalmar os receios, enquanto um deslize poderá desencadear uma correção mais ampla no setor tecnológico, afetando não só os investidores diretos, mas também aqueles expostos através de produtos derivados cada vez mais populares e arriscados.