Esta tendência, apelidada de “desversificação”, representa o oposto da promessa original dos ETFs. Dados da Morningstar mostram que a carteira de um ETF mediano de ações passou de cerca de 500 títulos em 1998 para apenas 120 no ano passado. Os investidores estão a concentrar as suas apostas em nichos como empresas de criptoativos ou urânio. O expoente máximo desta tendência são os ETFs alavancados de uma só ação, que procuram duplicar ou triplicar os movimentos diários de uma única empresa, como a Nvidia ou a Tesla.
Estes produtos, que já somam mais de 110 nas bolsas dos EUA, são extremamente arriscados e acarretam custos ocultos significativos. Um estudo de Hendrik Bessembinder revela que os custos de financiamento dos swaps usados para criar alavancagem podem atingir taxas anualizadas de 15% a 20%.
Além disso, a chamada “degradação por volatilidade”, resultante do reajuste diário, corrói os retornos a longo prazo.
Um ETF 2x alavancado pode perder valor mesmo que a ação subjacente regresse ao preço inicial.
Este cenário alinha-se com os avisos do BCE sobre os riscos nos intermediários financeiros não bancários, onde a complexidade e a alavancagem podem gerar instabilidade sistémica.













