A Grão-Pará, que em tempos áureos foi responsável pela construção do Autódromo do Estoril, encontrava-se numa situação complexa há vários anos. A empresa estava sem atividade há cerca de 15 anos, mergulhada em disputas legais com o Estado que se arrastam desde o início do século. A sua permanência em bolsa era, nos últimos anos, meramente formal, sem qualquer atividade operacional que a sustentasse.

A saída de mercado era, por isso, um desfecho esperado, pondo fim a uma longa agonia e a uma presença que já não refletia a dinâmica empresarial do país. O seu percurso, desde o auge associado a projetos de grande visibilidade até um longo declínio marcado por litígios judiciais, espelha uma parte da história económica e empresarial de Portugal. O abandono da bolsa por parte da sua cotada mais antiga representa, assim, mais do que um mero evento administrativo, sendo um momento de reflexão sobre a evolução do mercado de capitais e do tecido empresarial nacional.