O sentimento geral do mercado permanece num estado de tensão, dividido entre o entusiasmo com o potencial da Inteligência Artificial (IA) e os receios latentes de uma sobrevalorização dos ativos que poderá levar a uma nova crise financeira. Os eventos de quinta-feira encapsularam perfeitamente esta dualidade, com o otimismo da Nvidia a ser confrontado por preocupações macroeconómicas. Por um lado, os resultados da Nvidia foram amplamente vistos como um fator que “acalma o temor da bolha da Inteligência Artificial”. As projeções da empresa afastaram, momentaneamente, os receios de que as avaliações no setor fossem excessivas, impulsionando os mercados globalmente.
Por outro lado, vários artigos de opinião questionam a sustentabilidade do atual ciclo, com títulos como “Está à vista uma (nova) crise das bolsas?” e “estamos perante a terceira grande crise deste século?”.
Estas análises apontam que, apesar de subidas pontuais, “as grandes bolsas mundiais têm estado a cair há mais de três semanas”. Citam ainda presidentes executivos de grandes bancos como o Morgan Stanley e o Goldman Sachs, que alertam para a “sobrevalorização dos títulos cotados e que as ações poderão vir a cair entre 15 a 20%”.
Esta perspetiva mais pessimista é reforçada pela queda de moedas virtuais, como a bitcoin.
O dia de ontem foi um microcosmo desta batalha: a euforia tecnológica da manhã foi esmagada pela realidade da política monetária à tarde, mostrando quão frágil é o otimismo atual.
Em resumoO mercado atravessa um período de incerteza fundamental, onde narrativas opostas coexistem. Enquanto a revolução da IA proporciona um forte impulso de otimismo e crescimento, persistem preocupações estruturais sobre a valorização dos mercados e o rumo da política económica, criando um ambiente volátil e imprevisível para os investidores.