A especulação sobre um potencial corte na taxa de juro por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA na sua reunião de dezembro foi o principal catalisador para o otimismo dos investidores. Comentários do presidente da Fed de Nova Iorque reforçaram esta perspetiva, aumentando a probabilidade percebida de uma flexibilização da política monetária. O sentimento do mercado foi significativamente influenciado pela perspetiva de uma política monetária mais acomodatícia por parte da Fed. O ponto de viragem ocorreu com as declarações do presidente da Fed de Nova Iorque, John Williams, que admitiu existir “espaço para um novo corte de juros no curto prazo devido aos sinais de debilidade no mercado de trabalho”. Estas palavras fizeram com que a probabilidade de um corte de 25 pontos base na reunião de 10 de dezembro aumentasse consideravelmente, com a corretora XTB a indicar que o mercado avaliava essa possibilidade em 71%.
Esta esperança de juros mais baixos ajudou os investidores a superar os receios sobre a sobreavaliação das ações tecnológicas.
No entanto, a decisão da Fed está longe de ser consensual. Um artigo aponta que a instituição se encontra “dividida e às escuras”, com elevada incerteza sobre a decisão a tomar na reunião de 9 e 10 de dezembro. Analistas do Bankinter preveem uma atitude de “cautela e paciência”, antecipando que a Fed poderá optar por manter as taxas no intervalo de 3,75%/4,00%, adiando qualquer alteração para mais tarde.
Esta dualidade entre o otimismo do mercado e a incerteza interna da Fed cria um cenário de potencial volatilidade nas próximas semanas.
Em resumoA possibilidade de um corte de juros pela Fed em dezembro dominou o sentimento do mercado, impulsionando as bolsas, apesar da incerteza e divisão dentro do próprio banco central sobre os próximos passos da política monetária.